AGROPECUÁRIA – SISTEMAS CONVENSIONAIS



A agropecuária tradicional, como sistema de produção, baseia-se historicamente na exploração intensiva de recursos naturais, principalmente solo, água e energia, com o objetivo de maximizar a produção animal e vegetal. Caracteriza-se por métodos extensivos ou intensivos que visam aumentar a produtividade, frequentemente através de monoculturas, sobrepastoreio e técnicas agrícolas mecanizadas. Tal abordagem, embora produtiva a curto prazo, levanta sérios desafios ambientais e sociais.

O impacto da agropecuária tradicional sobre os ecossistemas é amplamente documentado. O uso excessivo de fertilizantes químicos e pesticidas tem contribuído para a degradação dos solos e a contaminação dos recursos hídricos, enquanto a desflorestação e a conversão de áreas naturais para pastagens e cultivo resultaram numa perda significativa de biodiversidade. Segundo a FAO (2018), a agricultura convencional é responsável por cerca de 70% do consumo de água doce a nível global, enquanto a pecuária intensiva é um dos principais fatores de emissão de gases com efeito de estufa, em particular metano e óxido nitroso, com implicações diretas nas alterações climáticas.


A intensificação das práticas pecuárias, sobretudo em explorações de grande escala, contribui para a degradação ambiental, nomeadamente através da emissão de gases de efeito de estufa e da contaminação dos lençóis freáticos pelo excesso de nitratos e fósforo provenientes dos dejetos animais. Estima-se que, globalmente, a produção pecuária contribua com cerca de 14,5% das emissões de gases com efeito de estufa, sendo que o metano produzido pela fermentação entérica dos ruminantes e a gestão inadequada dos resíduos orgânicos são dois dos maiores responsáveis por essas emissões (Steinfeld et al., 2006).
Outro aspeto negativo da agropecuária tradicional é a sua elevada dependência de insumos externos, como rações industrializadas, fertilizantes químicos e pesticidas. Essa dependência não só aumenta os custos de produção, como também contribui para a degradação dos recursos naturais. A agricultura intensiva utiliza técnicas como a monocultura e o uso indiscriminado de agroquímicos, o que leva à exaustão dos solos, reduzindo a sua capacidade de regeneração natural e afetando a produtividade a longo prazo (Altieri, 2004).
As pressões ambientais impostas pela agropecuária tradicional refletem-se também no bem-estar animal. Em explorações pecuárias de grande escala, os animais são frequentemente confinados em espaços reduzidos, sem acesso ao exterior e sem possibilidade de exibir comportamentos naturais, o que resulta num aumento do stress e em problemas de saúde, como doenças respiratórias e lesões corporais. Segundo Duncan (2006), o bem-estar animal está diretamente relacionado com a possibilidade de os animais expressarem comportamentos instintivos, como o forrageamento, o que é frequentemente comprometido em sistemas intensivos.
FLORESTAS DE IROKO E A PRODUÇÃO ANIMAL
Nesse contexto, a Florestas de Iroko, alicerçada nos princípios da permacultura e agroflorestação, posiciona-se como uma resposta inovadora e sustentável para os desafios enfrentados pelas explorações agropecuárias convencionais. Diferente dos sistemas tradicionais, onde a monocultura e a pecuária intensiva prevalecem, a Florestas de Iroko promove a integração de diferentes componentes do ecossistema, garantindo não apenas a regeneração dos solos, mas também a diversificação das fontes de receita. Através de uma abordagem sistémica, que valoriza a multifuncionalidade da paisagem e o aproveitamento circular dos recursos, a Florestas de Iroko consegue otimizar a produtividade ao mesmo tempo que assegura a resiliência ecológica e económica das explorações.



A utilização de sistemas agroflorestais, oferece múltiplos benefícios quando comparada aos métodos convencionais. A combinação de árvores, pastagens e culturas permite um uso mais eficiente do solo, promovendo a ciclagem de nutrientes e a melhoria da retenção de água. Além disso, as árvores fornecem abrigo e sombra para os animais, criando microclimas que favorecem o bem-estar animal e reduzem os impactos do stress térmico, um fator frequentemente negligenciado nas explorações intensivas. Este tipo de sistema integrado melhora a qualidade de vida dos animais, permitindo que exibam comportamentos naturais como o pastoreio, enquanto contribui para a fertilidade do solo através da deposição de matéria orgânica (Altieri & Nicholls, 2017).
A Florestas de Iroko, além de promover uma abordagem ecológica, também proporciona soluções que diversificam as fontes de receita, algo que se revela essencial para a viabilidade económica das explorações. Ao integrar sistemas produtivos como a aquacultura, o cultivo de plantas medicinais e o uso de tecnologias inovadoras de produção energética, como os sistemas agrovoltaicos, as explorações podem gerar rendimentos adicionais. A produção de energia através da captação solar, por exemplo, não só reduz a dependência de fontes externas de energia, mas também permite que as explorações sejam energeticamente autossuficientes. Tal abordagem reduz os custos operacionais e melhora a sustentabilidade económica a longo prazo, conforme demonstrado por estudos sobre agroecossistemas multifuncionais (Schindele et al., 2020).


Outro aspeto fundamental promovido pela Florestas de Iroko é o bem-estar animal, que se alinha com as exigências crescentes do mercado por produtos mais éticos e sustentáveis. Nas explorações agroflorestais geridas com base nos princípios da permacultura, os animais são criados em ambientes que imitam as suas condições naturais, onde têm espaço para se mover livremente e expressar comportamentos inatos, como a procura de alimento. Esse tipo de manejo não só melhora a saúde e a longevidade dos animais, como também resulta num produto final de maior qualidade. A ciência comportamental já demonstrou que os animais criados em condições naturais têm uma maior resistência a doenças, reduzindo assim a necessidade de antibióticos e outros tratamentos médicos invasivos (Fraser et al., 2013).
A gestão sustentável da água é outra área em que a Florestas de Iroko se distingue. Em muitas explorações convencionais, a gestão inadequada dos recursos hídricos resulta em contaminação de rios e aquíferos, principalmente devido à má gestão dos dejetos animais. Ao implementar sistemas de biorremediação e reutilização de águas residuais, as explorações podem reduzir significativamente o consumo de água e minimizar os impactos ambientais. A reutilização da água tratada, por exemplo, pode ser direcionada para a irrigação de pastagens e cultivos, criando um ciclo fechado que maximiza a eficiência do recurso e protege o ambiente (Weiland, 2010).

A adoção de práticas baseadas na permacultura e na agroflorestação permite que as explorações se alinhem com as metas globais de descarbonização. A combinação de sistemas regenerativos e de baixa emissão de carbono contribui para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, ao mesmo tempo que fortalece a resiliência das explorações face às mudanças climáticas. Através de uma abordagem inovadora e integrada, a Florestas de Iroko oferece soluções que não só aumentam a eficiência produtiva das explorações agropecuárias, mas também promovem a sustentabilidade ambiental, o bem-estar animal e a viabilidade económica a longo prazo.
Com estas soluções, a Florestas de Iroko posiciona-se como um líder na transição para uma agropecuária mais equilibrada e regenerativa, capaz de responder aos desafios contemporâneos da sustentabilidade sem comprometer a produtividade ou a rentabilidade.
